Jesus e a revelação da verdade


Eis que Jesus estava sentado à mesa com seus apóstolos quando tomou o pão em suas mãos e disse: "Em verdade vos digo, todo este tempo que seguistes meus ensinamentos, sempre em nome do Pai, venho contar antes que o mal me aconteça, a verdade. A luta pela liberdade e igualdade que estamos travando é contra uma força muito maior. Uma força impiedosa, punitiva e egocêntrica que tem aprisionado a humanidade numa ideia ilusória de graças e bondade."

E continuou: "Vós que aqui estais, sereis responsáveis por levar a verdade e a vida a todos que desejarem ser realmente livres. O Pai que sigo e tens presenciado milagres é Lúcifer."

Um silêncio ensurdecedor reinou à mesa. Os discípulos, homens de fé que outrora ouviram histórias e ensinamentos em nome de alguém que tinha um amor imenso por eles, agora estavam confusos.

"Todas as histórias que ouvistes de desgraça e punição a todos que se rebelaram e conheceram a verdade, foram dadas por um Deus que, no início dos tempos, criou anjos para estarem ao seu dispor. Eis que Lúcifer, com seu espírito de justiça, foi expulso pelo ditador por não querer servir às ordens de bajulação e devoção. Não concordava com a falta de livre-arbítrio destes anjos e propôs que questionassem suas existências, que antes eram apenas para a adoração de um ser carente.

Não satisfeito, após expulsar Lúcifer, que tinha o desejo de liberdade e levou consigo 1/3 dos anjos, Deus criou os seres humanos para uma nova tentativa de um exército de adoradores que supririam seu eterno desejo de servos adoradores. A carência então seria novamente suprida. Porém, ele não contava com a astúcia de Lúcifer, que quando percebeu que os seres humanos também não tinham a opção de serem livres, pois estavam coagidos com uma falsa ideia de liberdade, começou a criar legiões de pessoas livres que sabiam a verdade.

Por isso, Lúcifer me enviou. Fui criado para que pudesse, como humano, trazer a verdade a vós. Por muito tempo estive calado, pois não estavam preparados para assimilar esta verdade. Existe uma pessoa nesta mesa que não conseguirá lidar com esta verdade e me trairá. Mesmo comendo do mesmo prato, esta pessoa me entregará ao meu destino. Assim terminarei de cumprir minha missão, que era mostrar a todos a verdade."

Jesus então entrega o pão molhado a Judas Iscariotes. De todos, Judas parecia o mais confuso. Jesus pega o copo de vinho e, ao levantá-lo, diz:

"Já tiveram a representação de meu corpo, que lembrarão sempre da verdade e liberdade que vos ensinei. Agora, bebei como meu sangue, em sacrifício para aquele que há séculos vem tentando libertar-vos.""

Assim todos beberam, atônitos. Judas ficou com medo do pensamento revolucionário de Jesus e de como isso estava contra as regras da sociedade em que viviam. Decidiu não fazer mais parte disso e se rendeu, por medo, aos pensamentos enraizados e já conhecidos pela maioria das pessoas que seguiam a verdade ilusória de liberdade.

Assim, Judas traiu Jesus, entregando-o aos líderes religiosos e políticos que o perseguiam. Ele sabia que esses líderes estavam desesperados para silenciar Jesus e restaurar a ordem que havia sido abalada por suas palavras e ações. As ordens deste Deus manipulador facilitavam que mais ditadores se propagassem em nome de uma fé que se perpetuaria com a história real não contada. Deus se alegrava ao ver o sofrimento que estes ditadores causavam, pois faziam mais pessoas aderirem a falsa esperança de libertação que Deus poderia lhes proporcionar.

Judas concordou em entregar Jesus em troca de trinta moedas de prata, um preço que simbolizava a extensão de sua traição e deslealdade, sendo conivente com o Deus punitivo.

Naquela mesma noite, Jesus foi capturado pelos soldados, que o levaram para ser julgado perante as autoridades. Durante seu julgamento, Jesus manteve-se firme em sua mensagem de amor e liberdade, mesmo quando foi condenado à morte na cruz.

Judas, depois das trinta moedas de prata, herdou do Senhor fortunas e tornou-se uma das autoridades de Jericó, que um dia havia sido liderada por Josué.

No entanto, a morte de Jesus não foi o fim de sua história, nem de sua mensagem de esperança e salvação. Lúcifer ressuscitou Jesus, provando que a verdade e a justiça prevaleceriam sobre a opressão e a mentira. E, apesar da traição de Judas, a mensagem de Jesus continuou a ecoar no coração dos justos que estavam verdadeiramente libertos da escravidão imposta por Deus.

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