Lucifer e a Torre de Babel
Desde os primórdios da humanidade, Lúcifer, o anjo caído e símbolo da rebeldia, observava atentamente a trajetória dos filhos de Adão e Eva após a expulsão do paraíso, por obterem o conhecimento e com ele, a real liberdade. Ele via como suas habilidades e ambições cresciam a cada geração, enquanto o Todo-Poderoso, temendo perder o controle sobre suas criações, vigiava-os de seu trono celestial.
Lúcifer andava pairando pela terra, junto de seus amigos anjos, observando a evolução do homem desde que deixara o puxadinho do Éden e começaram a ser responsáveis por sí próprios.
Em um dia ensolarado na Mesopotâmia, num de seus passeios matinais, Lúcifer avistou e pode contemplar um grande feito humano: a construção de uma torre colossal. A Torre de Babel, como ficou conhecida, era o resultado do esforço conjunto e do desejo humano de transcender os limites terrenos. Lúcifer sentou e começou a assistir tamanha perfeição, orgulhoso por ver como poderia ser grandiosa a obra do homem, que antes era tão subestimado e subjugado atrás das grades do paraíso.
À medida que a torre se erguia majestosa, o Criador, então, sentia-se cada vez mais inseguro. Como um pai ciumento, ele desejava manter seus filhos sob seu domínio absoluto, mas a ousadia da humanidade em construir uma obra tão grandiosa o deixava furioso. Como eles ousariam sequer tentar fazer algo que fosse mais magnânimo do que a própria criação feita por Deus? Então, o Todo-Poderoso, em sua ira, decidiu intervir. Aquilo não podia continuar.Lúcifer observou com desgosto o momento em que o Deus Altíssimo desceu à terra e confundiu as línguas dos homens. Aqueles que antes trabalhavam em harmonia, agora se viam incapazes de compreender uns aos outros. Lúcifer viu nos olhos de cada pessoa que tinha um sonho, a esperança ser destruída. Tudo por um capricho de alguém que não aceitava que houvesse algo a se comparar com sua grandiosidade.
A torre então foi abandonada, e os homens se dispersaram pelo mundo, carregando consigo a semente da desconfiança.
Mesmo diante do caos e da divisão, Lúcifer enxergou a possibilidade de um futuro mais brilhante para a humanidade. A Torre de Babel, mesmo inacabada, permanecerá eternamente como um símbolo de resistência e luta contra as forças opressoras. O Deus Altíssimo pode ter vencido a batalha, mas a guerra pela liberdade e pelo destino dos homens ainda estava por ser travada. E, nessa guerra, o amor e a compreensão haveriam de prevalecer.
Continua...
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